Data de publicação
20/04/2020
Palavras chave:
Título original do artigo publicado
The 2019‐new corona vírus epidemic:
Evidence for virus evolution
Resumo:
O novo corona vírus pertence a uma família de vírus chamada
Coronaviridae. Essa família é conhecida por constituir uma gama de vírus que
possuem como material genético o RNA (ácido ribonucleico - responsável pela
síntese de proteínas nas células) e por causarem doenças comuns em seres
humanos como resfriados e diarreias.
Em 2003, um coronavírus (SARS-CoV) foi identificado e associado à doença de Insuficiência Respiratória Aguda (SARS). Recentemente, surgiu um novo coronavírus na região de Wuhan, na China, batizado provisoriamente de 2019-nCoV, mas que depois veio a ser conhecido como SARS-CoV-2, como é chamado atualmente. Tal vírus pode causar graves problemas respiratórios em uma parte dos humanos infectados, e até levando algumas dessas pessoas à morte.
Em 2003, um coronavírus (SARS-CoV) foi identificado e associado à doença de Insuficiência Respiratória Aguda (SARS). Recentemente, surgiu um novo coronavírus na região de Wuhan, na China, batizado provisoriamente de 2019-nCoV, mas que depois veio a ser conhecido como SARS-CoV-2, como é chamado atualmente. Tal vírus pode causar graves problemas respiratórios em uma parte dos humanos infectados, e até levando algumas dessas pessoas à morte.
Desde dezembro de 2019, os casos de pacientes com pneumonia de origem
desconhecida foram associados à circulação de pessoas no mercado de peixes e
frutos do mar de Wuhan. Muitos dos contaminados declararam ter visitado o
mercado no mês de novembro. Apesar do citado mercado ser de peixes e frutos do
mar, foi atribuída ao local a transmissão de animais silvestres (morcegos) para
humanos, sendo ali, até o momento, considerada a origem da epidemia da
COVID-19.
As evidências científicas apontam que a transmissão desse vírus ocorre
tanto de morcegos para humanos, quanto entre humanos. Apesar de o
distanciamento social e o diagnóstico imediato serem medidas importantes para o
controle dessa nova doença epidêmica, estudos que busquem analisar o local de
origem do vírus, a relação dele com outras doenças virais, e como ele se adapta
a diferentes lugares por meio de mutações podem ajudar a entender a progressão
da COVID-19, bem como servirem de base para o desenvolvimento de novos
medicamentos.
Na biologia, esse campo de estudos é chamado de filogenética. Para o
estudo filogenético de um determinado organismo, são utilizadas informações
genéticas (genomas) que, por meio de aplicativos de bioinformática, por
exemplo, podem ser processadas e analisadas para se chegar a modelos
matemáticos que melhor expliquem o histórico de evolução do vírus.
Nessa pesquisa, realizada por cientistas brasileiros da Fundação Oswaldo
Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, em parceria com pesquisadores da
Universidade Campus Biomédico de Roma, na Itália, foram utilizados modelos
matemáticos e aplicativos para analisar comparativamente o genoma do novo
coronavírus (2019-nCoV) com os genomas do vírus SARS, do MERS (Síndrome
Respiratória do Oriente Médio), e com o do coronavírus tipo SARS de morcegos.
Dentre as análises filogenéticas, os cientistas realizaram estudos de
homologia (estudo biológico sobre as semelhanças entre estruturas de diferentes
organismos que possuem a mesma origem, isto é, que tenham algum parentesco, um
ancestral comum) com objetivo de encontrar estruturas moleculares do genoma que
possam ter passado por pressões seletivas (positivas ou negativas) que tenham
privilegiado algumas das diferenças (mutações) de certos organismos em
detrimento de outras (evolução por seleção natural).
Os resultados mostram que o genoma de 2019-nCoV é muito próximo do
genoma do coronavírus tipo SARS de morcegos, descoberto e isolado por
cientistas em 2015. As análises estruturais indicaram também mutações em duas
importantes estruturas do genoma do vírus: uma glicoproteína chamada spike,
e outra, que é um nucleocapsídeo. A proteína spike possui a
forma de esporão, encontrada na superfície do vírus, sendo responsável pela
infecção da célula ao permitir com que o vírus se enganche nos receptores da
célula em que está atacando (encaixes moleculares do tipo chave-fechadura) e
assim, consiga invadi-la. Já os nucleocapsídeos, junto com outras proteínas,
formam o “envelope” viral, a embalagem que dá ao vírus o seu típico formato de
coroa (daí o nome "corona"). Essas duas proteínas têm sido estudadas
como estruturas chave para a produção de vacinas contra esse novo coronavírus.
Portanto, a pesquisa em tela permitiu aos cientistas concluírem que o
2019-nCoV (atualmente, SARS-CoV-2) provavelmente tenha se originado em morcegos
e, após sofrer mutações, passou a infectar seres humanos, desencadeando a atual
pandemia.
Nota: O Grupo de Estudo de
Coronaviridae (CSG), do Comitê Internacional sobre Taxonomia de Vírus, é
responsável pela classificação e nomenclatura científica dos vírus da família
Coronaviridae. O comitê publicou recentemente a mudança da nomenclatura do novo
coronavírus, que provisoriamente era chamado de 2019-nCoV e passou para
SARS-CoV-2 (clique aqui para ver a pubiicação
na íntegra).
Este texto é um resumo de divulgação científica produzido pela equipe do Canal Ciência/ IBICT/MCTIC, baseado no artigo científico original The 2019‐new coronavírus epidemic: Evidence for virus evolution (janeiro/2020), com objetivo de informar os leitores sobre o que tem sido realizado na Ciência na busca por soluções para amenizar os impactos da epidemia do vírus chinês (COVID-19).
Este texto é um resumo de divulgação científica produzido pela equipe do Canal Ciência/ IBICT/MCTIC, baseado no artigo científico original The 2019‐new coronavírus epidemic: Evidence for virus evolution (janeiro/2020), com objetivo de informar os leitores sobre o que tem sido realizado na Ciência na busca por soluções para amenizar os impactos da epidemia do vírus chinês (COVID-19).
Autor(es) do artigo original
Domenico Benvenuto, Marta Giovanetti, Alessandra Ciccozzi, Silvia Spoto,
Silvia Angeletti, Massimo Ciccozzi
Instituição(ões) envolvida(s)
University Campus Bio‐Medico of Rome. Unit of Medical Statistics and
Molecular Epidemiology. Rome, Itália
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Laboratório de
Flavivírus. Rio de Janeiro, Brasil
Produção editorial
Hetiene Pereira Marques
Revisão editorial
Wagner Fischer
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