Z O R O A S T R O
Z O R O A S T E R
Z A R A T U S H T R A
Z A R A T H U S T R A
INTRODUÇÃO
No início de nossa caminhada na Ordem, mais precisamente, durante a
abertura e o encerramento de nossos trabalhos ritualísticos de Primeiro Grau,
ouvimos o V.: M.: perguntar ao Irmão Segundo Vigilante, que horas são e a
resposta deste é : “ Meio dia em ponto Ven.: Mestr.: “ na abertura e “ Meia
Noite” no encerramento.
A explicação fundamental para a adoção deste procedimento, encontramos
no final da Terceira Instrução de Aprendiz que ressalta, quando o VM indaga
novamente ao 2. Vig.:, porque os AApr.: trabalham do meio dia à meia noite.
Responde ele: “ É uma homenagem a um dos primeiros instituidores dos mistérios,
Zoroastro, que, lendariamente, reunia secretamente seus discípulos ao meio dia
e terminava seus trabalhos à meia noite com um ágape fraternal.”
Esta questão sempre me inquietou muito e resolvi ir atrás de mais
subsídios com o fito de elucidar de uma forma mais concreta qual era afinal a
filosofia de Zoroastro. A vontade transformou-se em fixação, quando um Irmão de
minha Loja Simbólica, a ARLS Veritas 220, me presenteou com o Livro “
Zoroaster/Zaratustra “ de Nietsche,
editado pela Ordem do Graal na Terra, com Impressão do Círculo do Livro de São
Paulo.
O Irmão citado
foi Alexandre Matias Bard, que, em sua dedicatória, escreveu: “ A Escola de
Zoroastro considerava a metade do dia, que vai do meia noite ao meio dia, como
o período do dia em que o elemento AR é ativo; e do meio dia à meia noite, como
o período em que o ar é passivo. Assim sendo, este último período seria o mais
indicado para o desenvolvimento intelectual e espiritual. “ Este foi o empurrão
definitivo.
D E S E N V O L V I M E N T O
Interpretar Nietsche nunca foi nem
nunca será tarefa fácil. Porém, já no início da leitura, pude verificar que o
livro trata unicamente do período do auto exílio de Zoroastro junto à natureza,
mais precisamente em cavernas na Antiga Pérsia,porque este entendia, que junto
à mesma poderia melhor meditar e chegar mais próximo da divindade. Começava
assim, uma verdadeira ode à natureza o nosso “ Instituidor dos Mistérios”.
Veremos, contudo, que não provém de Zoroastro unicamente a questão de
trabalharmos do meio dia à meia noite, mas também uma boa quantidade de
alegorias e símbolos utilizados em nosso templo, principalmente no que tange à
constante renovação, o eterno renascer e
o infindo reconstruir de nosso Templo Interior, lapidado que deve ser até
nossos últimos dias.
Para
entendermos melhor quem foi Zoroastro e a abrangência de sua filosofia, algumas
considerações se fazem necessárias:
VIDA DE
ZOROASTRO
Existem discrepâncias com relação ao período em que viveu Zoroastro,
porém analisando e confrontando algumas fontes, verificamos que a mais
confiável é a que afirma, que , de acordo com a tradição iraniana, ele
converteu o Rei Hystapes e teria vivido 258 anos antes da conquista da Pérsia
por Alexandre Magno ( 330 A.C.)= 588 A.C.
Outros
afirmam que, como ele teria convertido mais ou menos aos 40 anos de idade o Rei
acima, em razão do período deste reinado e da idade de Zoroastro na época, nosso profeta teria vivido entre 630 a 553 A.
C. Assim sendo, Zoroastro pode ter sido
contemporâneo de Nabucodonosor e outros importantes personagens deste período
de nossa história.
Zoroastro, que é a forma grega dada ao antigo nome no idioma iraniano de
Zarathustra, deixou sua casa aos vinte anos de idade e viveu sete anos em
solidão, residindo em cavernas e abrigos, junto à Natureza, de onde saiu anos
mais tarde para iniciar sua pregação.
RELIGIÃO À ÉPOCA
A
Religião iraniana da época de Zoroastro era politeísta e influenciada pelos
Vedas da Índia. Mitra e Varuna eram alguns dos deuses venerados pela população
que era dividida em três classes: governantes e sacerdotes, os guerreiros e o
próprio povo. Cada uma destas classes tinha os seus deuses.
Zoroastro
rejeitou o culto de todos estes deuses, exceto um : Ahura Mazda, que na língua
Parsi significa Sábio Senhor. Escritos da época do 3. Período de Dário (
522-486 A. C. ), mostra que este Deus já era cultuado.
ZOROASTRISMO
Também
chamado de Masdeísmo, Mitraísmo ou Parsismo, é a religião monoteísta fundada na
antiga Pérsia pelo profeta Zaratustra. É considerada a primeira manifestação de
um monoteísmo ético. De acordo com historiadores estudiosos das religiões, suas
concepções, como a crença no paraíso, na ressurreição, no juízo final e na
vinda de um Messias, influenciaram o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo.
Tem seus fundamentos fixados no Avesta ( citado em nossos Rituais ).
Na
época, Zoroastro reformou e sistematizou o antigo e tradicional politeísmo
iraniano, dando-lhe base ética e moral. Pregou não somente a reforma religiosa
como também a das condições sociais que prevaleciam. Denunciou a desorganização
do nomadismo e lutou pela fixação do homem à terra, introduzindo práticas de
agricultura. No Livro Zend Avesta, de sua autoria, proclama uma nova filosofia
de vida.
No Ocidente,
também foi grande a reputação de Zoroastro, de quem se diz ter sido mestre de
Pitágoras. Muitos livros escritos em grego são atribuídos a Zoroastro. Versavam
sobre ciências naturais, astrologia e magia.
Condenando
todos os tipos de sacrifícios poleístas de sua época, Zoroastro manteve o do
Fogo, que considerava o símbolo da Verdade e da Ordem. Depois de sua morte, a
religião expandiu-se para o Sul, em direção onde agora temos o Afeganistão e
para o oeste na direção dos Persas.
ZOROASTRISMO HOJE
A Comunidade
Zoroastriana existente no mundo contemporânea, pode ser vista hoje em dois
grandes grupos: os Parses e os Zoroastrianos iranianos. Contudo, para além
destes, encontramos no mundo ocidental pessoas convertidas à religião.
Na Índia
os Parses são reconhecidos em Mumbai ( Bombaim) e tem tendências a praticar a endogamia
( casar dentro do próprio povo ), para desencorajar o proselitismo religioso.
Os
Zoroastrianos, em geral, mostram-se mais abertos. Concentram-se em Teerã, Yazd
e Kerman. Também podem ser encontrados no Reino Unido, Canadá ( 6.000 ), EUA 9
11.000 ), Austrália e no Golfo Pérsico.
A Unesco
declarou o ano de 2003 como o ano de celebração de 3.000 anos da religião e
cultura Zoroastriana em iniciativa proposta pelo governo do Tadjiquistão. Em
2004 estimava-se em 124.000 pessoas os Zoroastrianos. Depois do ano de 2004,
não encontramos pesquisas mais recentes.
O
principal texto religioso do zoroastrismo é o Avesta. Julga-se que a atual
forma destes textos corresponde a apenas uma parte do original, uma vez que
teriam sido destruídos por ocasião da invasão de Alexandre, o Grande.
LOCAIS DE CULTO
Os
Templos religiosos do zoroastrismo, onde se desenrolam as cerimônias e se
celebram festivais próprios da religião, são conhecidos como Templos de Fogo.
Estes edifícios possuem duas partes
principais. A mais
Importante delas é a
câmara onde se conserva o Fogo Sagrado, que arde permanentemente numa pira
metálica colocada sobre uma plataforma de pedra. Esse respeito ao fogo fez com
que os zoroastrianos fossem chamados de “adoradores de fogo”. Para os adeptos,
na verdade, o fogo representa um símbolo de sabedoria e Luz Divina.
PRÁTICAS
FUNERÁRIAS
Os
Zoroastrianos acreditam que o corpo humano é puro. Quando uma pessoa morre, o
seu espírito deixa o corpo num prazo de três dias e o seu cadáver é que
torna-se impuro. Consideram também que, como a natureza é uma criação divina
marcada pela pureza, este cadáver não deve poluí-la.
Em
consequência, os mortos não devem ser enterrados. Antigamente eram colocados ao
ar livre, para serem devorados pelas aves de rapina em estruturas conhecidas
como Torres de Silêncio.
Atualmente, devido à ilegalidade desta ação, esta prática tem
sido abandonada pelos zoroastrianos residentes em países ocidentais e até mesmo
no Irã e na Índia, optando-se pela cremação.
DOUTRINA E
CRENÇA
A doutrina original deixou traços nas principais religiões mundiais como
o Judaísmo, Cristianismo e Islamismo, basicamente através das seguintes
crenças:
·
IMORTALIDADE
DA ALMA
·
VINDA
DE UM MESSIAS
·
RESSURREIÇÃO
DOS MORTOS
·
JUÍZO
FINAL
Os dogmas de Zoroastro originalmente são os mesmos praticados
pelos Pais das Igrejas. Zoroastro chamava de Tríade o que as Igrejas
Tradicionais chamam de Trindade. Denominava Profundidade as três Pessoas
Divinas:
1 – Profundidade Paternal = Fonte da Fé
2 – Profundidade do Verbo = Fonte da Verdade
3 – Profundidade da Ação Criadora = Fonte do Amor
A dualidade sempre se fez presente em suas convicções. A luta interna
ininterrupta entre o Bem e o Mal, Paraíso e Inferno e outros. “Luz e Trevas (
disse Zoroastro ) são os eternos caminhos do mundo !”
Existia uma Regra de Ouro para Zoroastro: “ O homem deve tratar ao outro
do mesmo modo como gostaria de ser tratado.” Esta regra ainda é seguida no
Zoroastrismo os Masdeísmo.
Outra regra fundamental era e segue sendo a necessidade de viver em
harmonia com a Natureza.
Entre as condutas básicas do
Masdeísmo destacam-se, ainda, as seguintes:
·
Gula
·
Orgulho
·
Indolência
·
Cobiça
·
Ira
·
Luxúria
·
Adultério
·
Aborto
·
Calúnia
·
Desperdício
Cobrar juros de um adepto da religião era considerado o pior dos
pecados, assim como amealhar riqueza excessiva. Virtudes como justiça, retidão,
cooperação verdade e bondade surgem desde logo como princípios fundamentais.
Existiam
três Mandamentos Básicos:
·
Falar
a Verdade
·
Cumprir
com o prometido
·
Manter-se
livre de dívidas
A Base Ética do Zoroastrismo é a manutenção da vida e a luta
contra o Mal. Bons Pensamentos, Boas Palavras e Boas Ações...
CONCLUSÃO
Zarathustra
propunha que o homem encontre seu lugar no Planeta de forma harmoniosa,
buscando o equilíbrio entre o natural e o social, respeitando e protegendo
Terra, Ar, Fogo e a Água ( Um dos primeiros Ecologistas ??? ). Incentivava o
cultivo da mente, das boas ações como sendo da livre escolha, do livre
arbítrio, da boa reflexão sobre cada ação.
Além do
mantra BONS PENSAMENTOS, BOAS PALAVRAS, BOAS AÇÕES, vejam o que expressava em
uma de suas orações:
“ Tudo o que deveria ter pensado e não pensei
Tudo o que deveria ter dito e não disse
Tudo o que deveria ter feito e não fiz
Tudo o que não deveria ter pensado, mas pensei
Tudo o que não deveria ter falado, mas falei
Tudo o que não deveria ter feito, mas fiz;
Por pensamentos, palavras e ações, imploro o perdão e me
arrependo...”
O zoroastrismo
é tido por muitos como a mais antiga Religião monoteísta organizada e revelada
com registros históricos. Outros atribuem a Confúcio. Entretanto, as pesquisas
apontam que Confúcio teria vivido de 551 a 479 A.C., segundo a Wikipédia e
também segundo outras fontes, como os sites Infoescola e Citador.pt, ao passo
que a mesma fonte da Wikipédia assinala que Zarathustra viveu de 660-583 A.C. e
a Uol.Educação atribui aos anos de 630-550 A.C. Fica claro, portanto, que, ao
que tudo indica, Zoroastro viveu antes de Confúcio. Assim sendo, provavelmente
foi sua religião a pioneira e a que mais teve influência inicial sobre a
Humanidade. Zarathustra foi o primeiro a ensinar doutrinas de que as pessoas
serão julgadas pelos seus atos depois da morte e também foi o primeiro a
referir a existência do Céu e do Inferno, da futura ressurreição do corpo e da
vida eterna, dividindo corpo e alma. Muitas vezes em seu exílio junto à
Natureza, citou que ouvia AHURA MAZDA, que lhe falava em uma VOZ INTERIOR. Foi,
portanto, um dos primeiros grandes pensadores.
Zoroastro
afirmava ainda, na fundação de sua religião que seu predecessor, fonte sua de
inspiração, Yima, segundo lhe respondeu Ormuzd, o Deus da Luz, foi o primeiro a
quem Deus teria se revelado.
Pelo acima
exposto, torna-se evidente que a influência da doutrina de Zoroastro nos ensinamentos
de nossa Ordem, vão muito além da superficialidade que denotamos em nossos
textos iniciais.
Muito além do
“Instituidor dos Mistérios”, sua adoração á natureza, uma verdadeira Ode aos
quatro elementos, e, principalmente, a relevância dada à capacidade
purificadora do fogo, nos dão conta de que a profundidade de sua influência nos
aspectos esotéricos e exotéricos para todos nós que audaciosamente nos
intitulamos “Livres Pensadores” são muito maiores do que imaginados inicialmente.
Apresentação do Trabalho: Celomar Walter Schwalm - Cadeira 01
BIBLIOGRAFIA
1 – Zoroaster – Nietsche Ed. Ordem do Graal na Terra
2 - Os Grandes
Iniciados – Edouard Schuré – Ed. Madras 2011
3 - A Doutrina Secreta
– Helena P. Blavatsky
4 - Enciclopédia Teosofista
– Helena P. Blavatsky
5 - Wikipédia
6 - Site Pax
Profundis.org
7 - Peça de Arq.: Ir.:
M.: I.: Antonio Rocha Fadista ARLS Cayru 762 GOERJ
8 - Várias páginas da
Internet ( Fonte principal Maçonaria .Net )
9 - Ritual de Aprendiz
Maçom GLMERGS
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