Francisco Gê Acayaba de
Montezuma
Cronologia
histórica
1794,
23 de março – nasce na Bahia e recebe o nome de FRANCISCO GOMES BRANDÃO, de
pais portugueses, de família muito modesta;
1808 –
querendo seus pais que seguisse a vida religiosa, Francisco entra para Ordem
Seráfica dos Franciscanos Descalços.
Mais tarde, cursou a Escola Médico-Cirúrgico
em Salvador, após ter tentado assentar praça no Regimento de Artilharia, mais
tarde ainda, vai para Portugal, onde cursou Direito na Universidade de Coimbra.
1821
setembro – de regresso à Bahia Francisco faz-se jornalista, assumindo a direção
política do periódico “Direito Constitucional”, cuja tipografia, pouco depois,
é destruída por oficiais e soldados portugueses.
1822 –
segue para Cachoeira – BA onde ajuda na criação de um governo provisório contra
o domínio português da Província, sendo eleito deputado pela Vila de Cachoeira.
1822 2
de setembro – Francisco presta juramento, afirmando fidelidade à causa do Reino
do Brasil. Por essa época, Francisco troca os nomes paternos de Gomes Brandão
pelos de GÊ ACAYABA DE MONTEZUMA, sendo Gê a designação de uma tribo e Acayaba
o nome de uma árvore (“spondia nombim”, acaiá ou cajazeira).
1822 6
setembro – instala-se em Cachoeira o “Conselho Interino do Governo da Bahia”,
presidido por Francisco Elesbão e secretariado pelos representantes de
Cachoeira, Montezuma, primeiro secretário, encarregado da pasta da Guerra, e
Miguel Calmon Du Pin e Almeida, segundo secretário, encarregado de secretariar
o governo e da pasta da Fazenda. Este governo sucederá à Junta interna de
defesa, que tinha aderido ao governo do Príncipe Regente D. Pedro e que estava
revoltada contra o governo do General Madeira na Bahia.
1822
novembro – o Bacharel Montezuma é encarregado pelo governo de Cachoeira de ir à
Corte entender-se com D. Pedro para pedir-lhe providências. Depois de correr
muitos perigos durante a viagem, chegando ao Rio de Janeiro Montezuma soube da
Proclamação da Independência.
1822 1º
de dezembro – Montezuma é condecorado por D. Pedro I com a Ordem do Cruzeiro do
Sul, criada por ocasião da coroação, no grau de Dignitário, recusando, porém, o
título de Barão da Cachoeira que o Imperador lhe quis outorgar.
1823 3
de maio – D. Pedro I instala a Assembleia Constituinte Brasileira da qual faz
parte Montezuma na qualidade de deputado pela Província da Bahia.
1823 7
de julho – retirando-se da Bahia as forças portuguesas sob o comando do General
Madeira, o governo instalado em Cachoeira transfere-se para Salvador.
1823 21
de julho – Montezuma toma posse do mandato de deputado à Constituinte do
Império.
1823 12
de novembro – tendo D. Pedro I dissolvido a Assembleia Constituinte, Francisco
Montezuma, que tinha se aliado aos irmãos Andradas, é preso com estes e vários
outros deputados.
1823 20
de novembro – Montezuma é deportado para a França, segue a bordo da charrua
Lucônia, em companhia dos Andradas e outros políticos.
1828 –
quando do seu exílio na Europa, Francisco Montezuma entra para a Ordem do
Templo, provavelmente em Paris.
1829 12
de março – Montezuma recebe do Supremo Conselho da Maçonaria uma patente que
autoriza a fundação, no Brasil, de um Supremo Conselho do Rito Escocês Antigo e
Aceito da Maçonaria.
1831 7
de abril – Precisamente no dia em que D. Pedro abdicava, Montezuma embarca de
volta para o Brasil.
1831 ~
1834 – acompanhando a política de José Bonifácio, Montezuma torna-se, na Câmara
dos Deputados e na imprensa, um dos mais fortes adversários da Regência e um
ardente partidário da restauração de D. Pedro I. Era um “caramuru”, como se
dizia na época.
1832 12
de novembro – Francisco Gê Acayaba de Montezuma funda, no Rio de Janeiro, o
primeiro Supremo Conselho para o Império do Brasil do Rito Escocês Antigo e
Aceito do Grau 33º da Maçonaria.
1833 9
de fevereiro – Montezuma dirige uma circular a todas as Potências Maçônicas do
Universo, comunicando a solene inauguração do Supremo Conselho do Brasil.
1833 –
tendo conferido o grau 33º a José Bonifácio e a outros maçons do antigo Grande
Oriente que funcionava no Rito Moderno, o que era irregular, Montezuma, que
exercia as funções de Soberano Grande Comendador da Maçonaria, provoca
descontentamento do Lugar-Tetente Soberano Grande Comendador, David Jewett, que
se demitiu. Jewett, Capitão de mar e guerra norte-americano, depois Chefe de
Esquadra da Marinha Brasileira era possuidor de uma patente do Soberano Grande
Consistório dos Estados Unidos, em Nova York, para estabelecer no Império do
Brasil um Consistório do grau 32º, datada de 4 de novembro de 1826. Foi esta a
razão que levou Montezuma a convida-lo para participar do seu Supremo Conselho
como Lugar-Tenente Soberano Grande Comendador.
1834 24
de setembro – o falecimento de D. Pedro I, em Portugal, põe fim ao movimento
restaurador no Brasil.
1834 –
Montezuma publica “A Liberdade das Repúblicas”, panfleto em defesa das
instituições existentes no Brasil e contra a propaganda federalista, onde
consagra o título de “Patriarca da Independência” a José Bonifácio.
1835 12
de novembro – Antonio Carlos Ribeiro de Andrada sucede Montezuma como Soberano
Grande Comendador da Maçonaria.
1836 –
Montezuma é reeleito Deputado pela Província da Bahia para a 4ª legislatura de
1838 a 1841.
1837 16
de maio – no último gabinete do Regente Feijó, Montezuma ocupa as pastas da
Justiça e dos Estrangeiros.
1837 19
de setembro – o padre Feijó entrega a Regência a Araújo Lima, que forma outro
gabinete.
1837 ~
1840 – Montezuma combate os ministérios do novo Partido Conservador, durante a
Regência de Araújo Lima, contribuindo para a revolução parlamentar da
maioridade.
1840 22
de julho – partidário da maioridade de D. Pedro, Montezuma faz parte da
comissão parlamentar mista que foi pedir aquele Príncipe para entrasse logo no
exercício de suas atribuições.
1840
dezembro – Montezuma é reeleito Deputado pela Província da Bahia.
1840 –
Ocupa por alguns meses em Londres o cargo de Ministro Plenipotenciário do
Brasil em Londres.
1841 24
de agosto – dei http://www.gildam.com.br/?p=232xa as funções
diplomáticas que exercia na capital inglesa.
1841 –
separando-se de todas as ligações partidárias, Montezuma ora apóia, ora combate
os gabinetes dos dois grandes partidos constitucionais. Montezuma foi o
primeiro orador parlamentar que, no Brasil, atacou de frente os importadores de
escravos africanos, tendo também a honra de ser um dos precursores da
propaganda abolicionista. Foi também Presidente da Assembleia da Província do
Rio de Janeiro.
1843 –
pelos esforços de Montezuma, é fundado o INSTITUTO DA ORDEM DOS ADVOGADOS.
1851 –
eleito em lista tríplice Senador pela Província da Bahia, Montezuma tem o seu
nome escolhido por D. Pedro II.
1854 2
de dezembro – Montezuma é agraciado por D. Pedro II com título de Visconde de
Jequitinhonha com honras de grandeza.
1858 2
de setembro – O Grande Oriente do Brasil da Maçonaria dirige consulta ao
Supremo Conselho para a Bélgica relativamente aos poderes outorgados a
Montezuma.
1858 22
de dezembro – em resposta ao Grande Oriente do Brasil, o Supremo Conselho para
a Bélgica confirma a data de 12 de março de 1829 da patente concedendo poderes
a Montezuma.
1865 17
de maio – o Visconde de Jequitinhonha apresenta ao Senado vários projetos para
a extinção gradual da escravidão: no fim de 10 de anos para os escravos maiores
de 15 anos e no fim de 15 anos para todos os demais. Os senhores seriam
indenizados pelo Estado pelos serviços a que seriam obrigados os escravos
durante aquele período.
1866
Assume a Presidência do Banco do Brasil, a meio a grande crise que atingirá
todo o sistema bancário.
1870 15
de fevereiro – morre no Rio de Janeiro o Senador e Conselheiro de Estado,
Visconde de Jequitinhonha.
Foi
advogado muito distinto, parlamentar ardoroso e autor de várias obras, entre as
quais: “O Livro do Pobre”; “Reflexões sobre as Finanças do Brasil”; “Memória
Histórica e Política sobre a Revolução do… (ilegível)”, etc.
Os
Fundadores do IAB em 1843
Selecionamos
para análise, o Conselheiro Francisco Alberto Teixeira de Aragão e o primeiro
presidente, Francisco Gê Acaiaba de Montezuma, os fundadores Caetano Alberto
Soares e Augusto Teixeira de Freitas, que chegaram à presidência do Instituto,
José Maria Frederico de Souza Pinto, membro do primeiro Conselho Diretor,
Josino Nascimento Silva, secretário da primeira diretoria, e Antônio Pereira
Pinto. Estes advogados e mais José Thomaz de Aquino e Luiz Fortunato de Brito
Abreu e Souza Menezes, dos quais não foram encontradas referências biográficas,
assinaram a representação enviada ao governo solicitando a aprovação dos
estatutos da nova instituição. Será integrado ao grupo Francisco Inácio de Carvalho
Moreira, o Barão de Penedo, eleito para o primeiro Conselho Diretor, que teve
grande atuação logo após a fundação.
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