Domingos
José de Almeida
Filho do português Domingos José de Almeida e Silva e
de Escolástica Maria de Abreu.
Migrou de Minas Gerais para o Rio Grande do Sul em 1819 para reunir tropas de mulas e levá-las até Sorocaba, mas
acabou se estabelecendo em Pelotas, onde logo abriu um escritório destinado à
venda de charque para o centro do país e para o
exterior. Era casado com Bernardina Barcelos de Lima, filho de Bernardino
Rodrigues Barcelos, com quem teve treze filhos.
Empresário bem sucedido, além de dono de uma companhia
de navegação com veleiros que transportavam produtos para as províncias do
norte. Em 1832, em sociedade com Domingos José
Gonçalves Chaves e Bernardino
José Marques Canarim, criou uma sociedade que operou na lagoa
dos Patos a barca
a vapor Liberal, que
durante quinze anos ligou Pelotas, Rio Grande e Porto
Alegre; em 1836 passou as mãos do governo, que
transformou em barco de guerra - finda a guerra, voltou a operação civil, com
outro nome.
Foi proprietário de uma pequena charqueada às margens do rio São Gonçalo, o que fez dele um dos cidadãos mais
prósperos de Pelotas nessa atividade. Também possuía uma olaria, fábrica de sabão e de velas de sebo.
Homem culto era considerado como tendo uma da
biblioteca mais completas do Rio Grande do Sul na época, ao lado de Felinto
Elísio. Foi major e depois
coronel da Guarda Nacional.
Vereador em Pelotas foi eleito deputado provincial da 1ª
Legislatura da Assembleia Legislativa Provincial do Rio Grande do Sul. No
seu mandato lançou a campanha de alfabetização no
Rio Grande do Sul, inconformado com o fato do Paraguai ter 408 escolas públicas e a província
local nenhuma.
Ao estourar a Revolução Farroupilha, era um dos mais
prósperos industriais do Rio Grande do Sul, além da major da Guarda
Nacional. Foi junto com Pedro Boticário, um dos mais intransigentes na
deposição de Fernandes
Braga e na tentativa de
impedir a posse de José de Araújo Ribeiro. Foi secretário
responsável pela ata da reunião histórica na Loja Maçônica Filantropia e
Liberdade que decidiu pelo
início da Revolução Farroupilha. Com o início da
Revolução Farroupilha recebeu a tarefa de organizar, o parque bélico farrapo em
Pelotas e a fábrica de arreamento para a cavalaria.
Foi em sua casa que João Manuel de Lima e Silva curou-se dos ferimentos obtidos no
combate do Passo dos Negros em dois de
junho de 1836. Foi também da senzala de sua charqueada saíram vários dos
combatentes Lanceiros
Negros, liderados pelo coronel Teixeira
Nunes.
Foi um dos que convenceram Antônio de Sousa Neto a proclamar a República Rio Grandense, em 11
de setembro de 1836. Com Gomes
Jardim assinou o decreto que
criou a bandeira oficial Farroupilha. Foi nomeado ministro da Fazenda e depois
do Interior da República Rio-grandense.
Em 1838 compra a tipografia, onde o jornalista
italiano Luigi Rossetti torna-se editor de O Povo.
Em 1840 determina a criação de uma planta para
a nova povoação que viria a ser a cidade de Uruguaiana,
criada por decreto de 24
de fevereiro de 1843. Queria uma vila de apoio ao comércio
com Buenos
Aires já que as forças
imperiais haviam conquistado as cidades de Pelotas, Rio Grande e Porto
Alegre acabando com o
comércio destas cidades com o interior.
Também participou da Assembleia Constituinte farroupilha.
Foi preso em combate, por Francisco Pedro de Abreu, em março de 1844, conseguindo
fugir depois de poucos dias. Após o fim da guerra, volta a Pelotas e em dez anos restabelece suas
finanças. Abre o jornal diário Brado do Sul, em Pelotas,
que funciona de 1858 a 1861, no qual chega a
contratar Carlos Von Koseritz como editor. Ali publica uma série de
artigos e documentos sobre a Revolução Farroupilha. Neste período também foi
vereador, juiz de órfãos e coronel da Guarda
Nacional.
Foi homenageado, em Pelotas, com o primeiro monumento
erguido no Brasil em honra de um republicano, em 20
de setembro de 1885. A construção foi organizada por Álvaro
Chaves.
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