sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Patrono Cadeira n° 12

Jonathas Abbott

Instalado no Palácio da Vitória, antigo prédio da Secretaria da Educação e Saúde, em Salvador, na Rua Sete de Setembro, o Museu de Arte da Bahia - MAB é criado em 23 de julho de 1918. Tem como ponto forte de seu acervo obras pertencente à Escola Baiana de Pintura e uma rica coleção de artes decorativas, numismática e documentos.
O edifício, em estilo neocolonial, é construído no governo de Francisco Marques de Góes Calmon (1924 - 1927). A ele são acrescentados alguns elementos decorativos originais de outros solares, com destaque para a porta principal de madeira talhada, a escadaria de jacarandá que dá acesso ao hall do andar térreo, os azulejos do século XIX do mesmo hall e os azulejos de estilo neoclássico que decoram o auditório.
O acervo com cerca de 5 mil peças é formado de várias coleções organizadas desde o século XIX. Entre elas, destaca-se a coleção de Jonathas Abbott, com obras de pintura baiana dos séculos XVIII e XIX e alguns quadros de pintores europeus, adquirida pelo vice-presidente da província da Bahia, Francisco José da Rocha, em 1871, e é considerada a primeira pinacoteca da Bahia; a coleção do governador Góes Calmon, com peças de arte decorativas (porcelanas orientais e europeias), pratas, cristais, esculturas religiosas, pinturas e móveis raros, adquirida pelo Estado em 1943; e a coleção de José Pedreira, ex-diretor do museu, composta de 50 peças decorativas, doada em 1982. Posteriormente aquisições são feitas para a ampliação do acervo.
No que se refere à pintura sobressai a produção de artistas ligados à Escola Baiana de Pintura, no período que vai do século XVIII à primeira metade do século XX, predominam a pintura religiosa, seguida pelos retratos e, em número bem menor, por pintura de paisagens e naturezas mortas.
Considerado o fundador da Escola Baiana de Pintura, José Joaquim da Rocha (1737 - 1807) é autor de painéis e tetos em perspectiva de diversas igrejas de Salvador, com destaque para o teto de Nossa Senhora da Conceição da Praia. O Museu de Arte da Bahia possui 12 telas a óleo feito por ele em 1786, por encomenda da Santa Casa de Misericórdia da Bahia para a Procissão dos Fogaréus. Fazem parte também do acervo obras de seus seguidores, entre eles Teófilo de Jesus (1758 - 1847) e Franco Velasco (1780 - 1833). De Manoel Lopes Rodrigues (1861 - 1917), acham-se expostas, entre outras obras O Adeus e Orquestra Ambulante. Destacam-se ainda obras do pintor de interiores, igrejas e claustros Presciliano Silva (1883 - 1965).
O Museu de Arte da Bahia tem importante coleção de imagens religiosas produzidas entre os séculos XVII e XIX. Em sua maioria são realizadas por santeiros anônimos ou atribuídas a santeiros conhecidos como Manuel Inácio da Costa (1763 - 1857). São trabalhos de cedro ou barro cozido, de diferentes dimensões, feitos para oratórios particulares, capelas de engenhos ou solares. No que diz respeito às artes decorativas o museu conta com um variado conjunto de móveis de estilos que vão do barroco baiano do século XVIII - dom João V e dom José, como camas, cadeiras, mesas e arcas - ao neoclássico do século XIX - império brasileiro e dom João VIRAM -, originários de antigas residências, solares e instituições religiosas e públicas. Há ainda um grande acervo de porcelanas chinesas e europeias comercializadas pelas Companhias das Índias Ocidentais, desde o século XVI até o século XVIII, utilizadas cotidianamente no Brasil e principalmente na Bahia. A ourivesaria - tanto a religiosa, de característica mais simples, quanto a profana de ornamentação mais rica -, acha-se também representada no Museu de Arte da Bahia.

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