Jonathas Abbott
Instalado
no Palácio da Vitória, antigo prédio da Secretaria da Educação e Saúde,
em Salvador, na Rua Sete de Setembro, o Museu de Arte da Bahia -
MAB é criado em 23 de julho de 1918. Tem como ponto forte de seu acervo
obras pertencente à Escola Baiana de Pintura e uma rica coleção de artes
decorativas, numismática e documentos.
O edifício, em estilo neocolonial,
é construído no governo de Francisco Marques de Góes Calmon (1924 - 1927). A
ele são acrescentados alguns elementos decorativos originais de outros
solares, com destaque para a porta principal de madeira talhada, a
escadaria de jacarandá que dá acesso ao hall do andar térreo, os azulejos
do século XIX do mesmo hall e os azulejos de estilo neoclássico que decoram o auditório.
O acervo com cerca de 5 mil peças é
formado de várias coleções organizadas desde o século XIX. Entre elas,
destaca-se a coleção de Jonathas Abbott, com obras de pintura baiana dos
séculos XVIII e XIX e alguns quadros de pintores europeus, adquirida pelo
vice-presidente da província da Bahia, Francisco José da Rocha, em 1871, e é
considerada a primeira pinacoteca da Bahia; a coleção do governador Góes
Calmon, com peças de arte decorativas (porcelanas orientais e europeias),
pratas, cristais, esculturas religiosas, pinturas e móveis raros, adquirida
pelo Estado em 1943; e a coleção de José Pedreira, ex-diretor do museu,
composta de 50 peças decorativas, doada em 1982. Posteriormente aquisições
são feitas para a ampliação do acervo.
No que se refere à pintura sobressai a produção
de artistas ligados à Escola Baiana de Pintura, no período que vai do
século XVIII à primeira metade do século XX, predominam a pintura religiosa,
seguida pelos retratos e, em número bem menor, por pintura de
paisagens e naturezas
mortas.
Considerado o fundador da Escola Baiana de Pintura, José Joaquim
da Rocha (1737 - 1807) é
autor de painéis e tetos em perspectiva de diversas igrejas de Salvador, com
destaque para o teto de Nossa Senhora da Conceição da Praia. O Museu de Arte da
Bahia possui 12 telas a óleo feito por ele em 1786, por encomenda da Santa Casa
de Misericórdia da Bahia para a Procissão dos Fogaréus. Fazem parte também do
acervo obras de seus seguidores, entre eles Teófilo de
Jesus (1758 - 1847) e Franco
Velasco (1780 - 1833). De Manoel Lopes
Rodrigues (1861 - 1917), acham-se expostas, entre outras obras O Adeus e Orquestra Ambulante.
Destacam-se ainda obras do pintor de interiores, igrejas e claustros Presciliano
Silva (1883 - 1965).
O Museu de Arte da Bahia tem importante coleção
de imagens religiosas produzidas entre os séculos XVII e XIX. Em sua maioria
são realizadas por santeiros anônimos ou atribuídas a santeiros conhecidos como
Manuel Inácio da Costa (1763 - 1857). São trabalhos de cedro ou barro cozido,
de diferentes dimensões, feitos para oratórios particulares, capelas de
engenhos ou solares. No que diz respeito às artes decorativas o museu
conta com um variado conjunto de móveis de estilos que vão do barroco baiano do século XVIII - dom João
V e dom José, como camas, cadeiras, mesas e arcas - ao neoclássico do século
XIX - império brasileiro e dom João VIRAM -, originários de antigas
residências, solares e instituições religiosas e públicas. Há ainda um grande
acervo de porcelanas chinesas e europeias comercializadas pelas Companhias das
Índias Ocidentais, desde o século XVI até o século XVIII, utilizadas
cotidianamente no Brasil e principalmente na Bahia. A ourivesaria - tanto a religiosa, de característica
mais simples, quanto a profana de ornamentação mais rica -, acha-se também
representada no Museu de Arte da Bahia.
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